Dois gerentes do Banco do Brasil (BB), soltos após cumprir prisão temporária por envolvimento com um golpe que desviou R$ 35 milhões de financiamentos agrícolas, voltaram a ser presos pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (15), na região de Ribeirão Preto (SP).
Além deles, um engenheiro ambiental e um homem suspeito de fazer o aliciamento de laranjas no esquema também foram detidos novamente. Segundo nota enviada pela PF, os quatro suspeitos voltaram a ser presos porque continuaram a praticar crime de lavagem de dinheiro.
Procurada pela reportagem do G1, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil ainda não se pronunciou sobre as novas prisões. No início do mês, o banco informou que os funcionários haviam sido afastados do trabalho.
Novas prisões
Os quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos na manhã desta terça, nas cidades de Franca (SP) e Guará (SP), em continuidade à Operação Golden Boy, deflagrada no início do mês. Uma entrevista coletiva foi marcada para esta tarde, para mais informações.
Segundo a Polícia Federal, foi pedida a prorrogação da prisão temporária dos suspeitos e eles foram soltos depois de 10 dias. “Ao serem soltos, a PF constatou que os envolvidos continuaram a praticar o crime de lavagem de dinheiro”, diz a nota.
Após representação com as novas suspeitas da polícia, a Justiça Federal decretou a prisão preventiva dos envolvidos. Um quinto suspeito de participar do esquema continua preso, após ser preso em flagrante por posse de moeda falsa.
Suspeitos soltos
Os ex-gerentes do Banco do Brasil A.R. e R.G.S. – apontado como chefe da quadrilha –, outros dois homens indicados como agenciadores de laranjas e um engenheiro ambiental, suspeito de emitir laudos falsos para aprovação dos empréstimos, foram presos no dia 1º de dezembro.
O advogado A.M.A.de A., que defende R., afirmou quando o cliente foi solto que o gerente saiu da carceragem da PF e voltou para Guará, onde mora. Ele deveria permanecer afastado das funções na agência até o fim das investigações da polícia, conforme informações do banco.
Esquema
Segundo a PF, o golpe ocorreu entre julho de 2014 e março desse ano, e estava centralizado na agência do BB em Guará, onde R.G.S. – apontado como chefe da quadrilha –, outros dois homens indicados como agenciadores de laranjas e um engenheiro ambiental, suspeito de emitir laudos falsos para aprovação dos empréstimos atuou como gerente até abril desse ano, quando pediu exoneração do cargo.
As investigações apontam que dois homens conseguiam nomes de laranjas e usavam os dados dessas pessoas para abrir contas no BB. Em seguida, o engenheiro ambiental emitia laudos falsos e, com a aprovação de R.G.S. – apontado como chefe da quadrilha –, outros dois homens indicados como agenciadores de laranjas e um engenheiro ambiental, suspeito de emitir laudos falsos para aprovação dos empréstimos e Rosato, os financiamentos agrícolas eram aprovados.
Ainda segundo a PF, ao menos 30 pessoas foram usadas como laranjas e recebiam R$ 5 mil para participar do esquema. Sete já prestaram depoimento e outros 15 foram identificados. O delegado Flávio Vieitz Reis disse que familiares dos suspeitos também atuaram na fraude.
Fonte: G1 RIBEIRÃO E FRANCA – SÃO PAULO – 15/12/15