Estimativa do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança do Estado de São Paulo) e da Polícia Federal aponta que dois em cada três vigilantes atua de forma ilegal ou clandestina. Os números ficam ainda mais assustadores quando se leva em conta os 2,1 milhões desses profissionais em atuação no país inteiro. “Do total, 700 mil são legalizados. O restante trabalha quase na escravidão”, denuncia o presidente do sindicato, João Eliezer Palhuca.
Atualmente, um vigilante regularizado recebe remuneração básica de R$ 1,6 mil, sendo o piso de R$ 1,2 mil acrescido de 30% de adicional em periculosidade para uma jornada de 44 horas semanais, de segunda a sábado.
“A remuneração vai melhorando à medida em que se qualifica o profissional. O salário pode até dobrar”, afirma o sindicalista.
Para iniciar na carreira, o interessado precisa fazer um curso de vigilante de 200 horas. Há ainda aulas de especialização em segurança pessoal (guarda-costas), transporte de valores (carro-forte) e escolta armada. Já quem trabalha em empresa clandestina fica de fora de todo esse treinamento especializado.
“É uma situação diferente. São pessoas sem preparo e sem direitos e benefícios sociais garantidos por lei ao trabalhador”, destaca Palhuca.
Para os profissionais legalizados, o reajuste salarial foi de 11%. “A data base da categoria é janeiro, mas o acordo coletivo já foi fechado. “E está longe do ideal”, disse. Segundo o sindicato, em todo Estado, 260 mil trabalhadores atuam no segmento de segurança.
Fonte: DIÁRIO DE S.PAULO – SÃO PAULO – 03/01/16