Baixo valor de aposentadoria e nível social impulsionam o idoso para o mercado de trabalho
Um levantamento realizado pelo Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), nas próximas duas décadas a população de São Paulo terá um ritmo mais acelerado de envelhecimento e o número de idosos dobrará na cidade, ultrapassando a marca de 12 milhões de habitantes em 2030.
Em recente pesquisa realizada pelo Seade em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) analisou quem são e o que fazem os idosos ativos, no Estado de São Paulo, e revelou a mudança de perfil e o aumento da participação dessa parte significativa da população no mercado de trabalho.
Essas mudanças ocorrem por conta da inserção do idoso no meio social e da nova abordagem no trato e na qualidade de vida desse público, proporcionando maior longevidade, melhores condições de saúde e mais independência familiar e financeira dos mais velhos.
Segundo a geriatra Maisa Kairalla, os idosos têm participado ativamente do mercado de trabalho brasileiro e tem sido um importante contribuinte na renda familiar. “Com o envelhecimento populacional e a transição demográfica, que promoverá um maior número de idosos em relação aos jovens, esta será uma tendência natural”, afirma.
O estudo também apontou que o nível de escolaridade relacionado com a permanência ou retorno ao mundo do trabalho, especialmente para os homens. De acordo com a pesquisa, o rendimento da aposentadoria não facilita a manutenção do nível social, fazendo com que o indivíduo busque alternativas na composição da renda familiar e, assim, impulsionando o idoso para o mercado de trabalho.
A geriatra destaca a importância de se reconhecer a utilidade desse público no mercado de trabalho. “O idoso é uma importante ferramenta para o mercado, pois traz experiência e sabedoria. Porém, sua função deve ser adequada para as suas limitações. Não podemos mais nos dias de hoje, no Brasil, ter preconceito do trabalho de idosos e sim saber adequar esta necessidade para nossa realidade. Os idosos devem, e podem, compartilhar funções com os jovens, traduzindo esta interação em um resultado de trabalho equilibrado”, explica.
FONTE: Maxpress