A constante violência não termina após o expediente. Familiares de funcionários são sequestrados e torturados. Aonde vamos parar?
Cerca de 11 pessoas foram reféns no assalto violento à empresa Brinks, na última sexta-feira (02/06), em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Os vigilantes e familiares estão expostos também fora do expediente e a CONTRASP reforça a urgência da extensão do porte de arma em proteção a vida.
O ataque cinematográfico teve início na quinta-feira (01/06), quando o gerente da empresa foi rendido no estacionamento de casa, após o expediente. Refém no carro dos bandidos, os criminosos foram até a casa do trabalhador e sequestraram também a esposa e o motorista. Todos foram levados para um cativeiro.
Houve tortura física e psicológica durante toda a permanência no cativeiro. Por volta das 5h da madrugada do dia seguinte, os criminosos bateram na casa de um dos vigilantes da Brinks, que também foi feito refém junto com a sua família.
Quando chegaram na empresa, cerca de 12 homens armados, com pistolas e fuzis, renderam todos os funcionários. Os trabalhadores foram obrigados a permanecerem de joelhos nos banheiros. Informações dão conta de que 5 milhões de reais foram roubados.
“Está cada vez mais violento e desumano exercer a profissão de vigilante. Viver em constante tensão, com companheiros perdendo suas vidas, sem saber se será o próximo. Porque tem que literalmente contar com a sorte – estão abandonados pelo poder público que se cala e é omisso diante de tanto terror enfrentado pelos trabalhadores”, ressalta João Soares, Presidente da CONTRASP.
Pelo dever de proteger, direito de se defender, a CONTRASP está atuando – e precisa do seu apoio, divulgação e pressão diante das autoridades, para emplacar a troca de armamento (muito ultrapassado, situação vergonhosa) dos vigilantes, e também a extensão do porte de arma, em proteção a vida dos trabalhadores e familiares.
Criminosos articulam e monitoram toda a rotina dos trabalhadores e das suas famílias. Se não fornecermos o mínimo de dignidade e segurança aos profissionais, muitas vidas a mais se perderão e o massacre continuará sempre com a vitória de bandidos.
Não podemos aceitar isso e acreditamos que juntos podemos fazer a diferença. Entre outras iniciativas, a CONTRASP conseguiu emplacar o PLS 16/2017, que permite armamentos de calibres maiores aos vigilantes, e está aguardando a designação do relator. Também continua com a pressão com senadores e deputados para atender as demais urgências. Essa luta é nossa!
Fonte: Bom Dia CONTRASP