Armas danificadas não são mais usadas quando recuperadas, diz Sindesp. Delegacia diz que armas roubadas são usadas ilegalmente ou em crimes.
O número de roubos de armas de vigilantes chega a 60, apenas neste ano, em Mato Grosso. Os dados são do Sindicato das Empresas de Segurança, Vigilância e Transporte de Valores de Mato Grosso (Sindesp). Para tentar evitar os assaltos, os vigilantes tentam aumentar o número de rondas durante o trabalho, além de exigirem melhores condições na própria segurança.
Segundo o presidente do Sindesp, Ângelo Roberto Jacomini, apesar de não ter ao certo o número de roubos em anos anteriores, o sindicato percebe que os casos aumentaram gradativamente a cada período. Além de perder um armamento, a empresa de segurança que for assaltada também acaba tendo que custear com os prejuízos que ela mesma sofreu.
“O prejuízo é enorme, tanto no valor financeiro quanto moral. Quando uma arma ou colete é roubado, a responsabilidade de custo é da empresa, não tem como ressarcir”, disse Jacomini.
O último roubo de armas registrado pelo sindicato ocorreu no dia 13 de julho, na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Cuiabá. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, dois homens estavam em uma motocicleta e chegaram ao local no período do almoço.
Enquanto os vigilantes tentavam resolver um problema no portão da fundação, acabaram surpreendidos pelos assaltantes. Duas armas foram roubadas nesse caso. Nenhum suspeito foi preso e nem as armas foram recuperadas.
“Normalmente quando eles roubam a arma do vigilante levam em alguma funilaria e raspam a numeração do chassi da arma. Uma vez raspada a numeração da arma, a empresa não pode mais utilizá-la”, explicou o presidente do sindicato.
Investigação
De acordo com o delegado Rodrigo Azem Buchid, da delegacia de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, existem dois destinos para os armamentos roubados.
“Um deles é o comércio ilegal dessas armas de fogo, que muitas pessoas acabam se aproveitando de que as armas foram roubadas/furtadas. Elas compram para mantê-las em casa sem o registro”, comentou o delegado.
O outro destino é o que mais preocupa os policiais. “Outras armas são as que estão municiando os bandidos e cada vez mais comentem roubos e crimes utilizando essas armas de fogo”, finalizou Buchid.