O ex-sargento do Exército A.L.R., de 44 anos, foi preso em flagrante, na tarde de quinta-feira, em Campinas (SP), suspeito de liderar e treinar com táticas militares uma quadrilha especializada em roubo a carros-fortes. Outros três homens também acabaram atrás das grades.
Segundo a polícia, o bando estava em uma casa e se preparava para roubar um desses veículos blindados em Vinhedo, também no interior. Eles também usavam um haras e um pesqueiro para os encontros.
No local, os agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigação Criminais) prenderam, ainda, A.L.R., 43, irmão do ex-militar, D.S.A., 28, e J.J.S., 30.
A quadrilha usava um fuzil ponto 50, com capacidade para derrubar helicóptero e furar a blindagem de carros-fortes.
Na ação, era usado um veículo com dois buracos camuflados no vidro traseiro e por ali eles faziam os disparos.
Segundo vigilantes, os criminosos eram violentos e já chegavam atirando. Eles são suspeitos de praticarem pelo menos sete roubos que acabaram com vítimas mortas.
“Funcionários das empresas de segurança disseram que eles agiam como se estivessem em uma guerra”, disse o delegado Fábio Pinheiro Neto.
Com a quadrilha foram apreendidos outros quatro fuzis de calibres diferentes, munições, coletes e capacetes à prova de bala. O armamento chega a custar R$ 500 milhões.
Segundo a polícia, o ex-sargento foi expulso do Exército há dez anos após ser flagrado em roubos. Ele disse ter comprado as armas no Paraguai.
Bandidos libertaram 37 presos depois de realizarem assalto
O bando liderado pelo ex-militar foi responsável por participar de um roubo entre Mococa e Cajuru, no interior, em agosto deste ano. Na ação, eles mataram um vigilante e, na fuga, interceptaram a tiros dois veículos que faziam o transporte de 37 detentos e os libertaram.
Segundo a polícia, apenas nesta ocorrência os ladrões conseguiram levar quase R$ 8 milhões. Eles também podem ser responsáveis pela morte de um caminhoneiro, em junho, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, após a vítima não parar o veículo que estaria atravessado na pista.
No final de 2014 eles também podem ter sidos os responsáveis pela morte de um PM em Aguaí, no interior. Os agentes vão investigar se eles também foram responsáveis por roubar e matar vigilantes no estado de Goiás.
“Eles eram violentos, cometeram vários roubos, latrocínios e utilizavam um forte armamento da Alemanha e Estados Unidos. Não é possível permitir que essas armas entrem pelas fronteiras” , disse o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, criticando indiretamente o governo federal, responsável pela segurança delas.
Fonte:DIÁRIO DE S.PAULO – SÃO PAULO – 12/09/15