Prisões foram decretadas e Polícia Civil atua para prender suspeitos. Delegado diz que apenas 1 homem participou de ação em agência bancária.
A investigação sobre o grupo que explodiu uma agência bancária de Sonora, município distante a 366 km de Campo Grande, aponta que os envolvidos atuam em “células”, com a intenção de dificultar o trabalho policial. Algumas prisões foram decretadas e a inteligência agora atua para prender os envolvidos.
“Esses ladrões possuem grupos em todo o país, o que eles chamam de células. Neste caso, integrantes de alguns estados foram convocados para o crime. Eles são especialistas em roubos a banco e já temos conhecimento de que local seriam grande parte dos homens”, disse ao G1 o delegado Fabio Peró, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras).
Conforme o delegado, a investigação teve início com os suspeitos de roubar o carro utilizado para a ação criminosa. Desde então, 3 pessoas foram presas, porém somente uma delas teve envolvimento com o roubo milionário em Sonora. Na ocasião, além de invadir e destruir a agência, eles fizeram reféns e atiraram em prédios públicos.
Além da apuração pelo Garras e outras delegacias, a inteligência da polícia também ouve testemunhas e faz interceptações telefônicas. Imagens de circuito interno também foram verificadas após 1 mês de investigação.
Apreensão
No dia 19 de abril, 2 veículos utilizados no assalto foram localizados abandonados em um canavial, a 12 km da cidade. Eles foram roubados no início do mês, em Mato Grosso, e a investigação ainda apontará se eles foram levados exatamente para atuar naquela ocorrência.
Ataques
Além de destruir a instituição financeira com explosivos e atirar em unidades policiais, viaturas, almoxarifado e prédio da prefeitura, os bandidos também dispararam tiros em frente às casas de militares que estavam em folga, para impedir que saíssem. Todos os ataques foram simultâneos. Foram feitos, ao todo, mais de 100 tiros de fuzis, submetralhadores, pistolas e escopetas.
Marcas de tiros ficaram em viaturas, carros particulares, paredes de prédios públicos e no chão. Ninguém morreu, porém, um tratorista de 43 anos, que preferiu não se identificar, conta que ao ouvir os tiros ele saiu para o quintal da casa dele e foi atingido na perna por uma bala perdida. A vítima recebeu atendimento médico e já está fora do hospital. “Só escutei bater na perna, a bala. Suspendi o short e vi que era uma bala, saí correndo de volta pra trás”, explica.
Entenda o caso
Para a polícia, a madrugada de terror foi causada por um grupo formado por 8 a 12 pessoas em quatro veículos. A ação teve início às 2h30 (de MS) e durou aproximadamente 40 minutos. Análise de imagens feitas por câmeras de estabelecimentos vizinhos apontam cerca de quatro explosões na agência bancária.
Durante a ação dois homens, entre eles um taxista, foram feitos reféns. Eles foram obrigados a carregar malotes de dinheiro roubado dos cofres. Foram roubados cerca de R$ 1 milhão. Um taxista disse ao G1 que o clima que ficou na cidade é de tensão e medo.
A perícia recolheu um revólver de calibre 38 que pertence à empresa de segurança do banco. Cédulas dilaceradas também foram apreendidas assim como projéteis de armas usadas pelos bandidos.
FONTE: G1 MS