Para conter gastos, governo determinou corte de 25% em terceirizadas. Reunião no Palácio do Setentrião discute prejuízo para os trabalhadores.
Um protesto de vigilantes nesta segunda-feira (21) cobrou a revogação de um decreto do governo do Amapá que aprovou a redução de 25% dos profissionais que atuam nas escolas da rede estadual. Segundo o movimento, a diminuição equivale a 328 trabalhadores que inicialmente seriam demitidos de quatro empresas terceirizadas responsáveis pela segurança em escolas públicas.
A manifestação aconteceu em Macapá em frente ao Palácio do Setentrião, sede do governo, e segundo a organização reuniu cerca de 150 pessoas com faixas, cartazes e “panelaço”. No fim da manhã, o governo convocou uma comissão de trabalhadores para uma reunião no palácio, e até a esta publicação nenhum posicionamento foi informado.
do governo (Foto: John Pacheco/G1)
Temendo ser demitida após 15 anos na função, Anilda Dias, de 52 anos, reclama que o decreto criou um ambiente de “medo” nos trabalhadores que ainda não foram informados sobre quais profissionais vão ser desligados. Ela atua na escola Modelo Guanabara, no Centro da capital.
“A gente não sabe quem vai sair, nunca tinha acontecido uma situação dessa. Com isso, o governo não atinge só quem trabalha, mas toda uma família, porque nossos filhos dependem da gente. Já estou sofrendo antes da hora, pois não sei se sou eu, meu colega, meu amigo. Tem vigilantes que são pai e mãe de família, como o psicológico dessa pessoa vai ficar?”, desabafa Anilda.
O decreto foi assinado em 31 de agosto pelo governador Waldez Góes e estabelece normas e medidas para contenção de despesas na administração estadual, visando o equilíbrio nas contas públicas. O documento indica redução de consumo de energia elétrica, telefone e água em prédios públicos, além da suspensão de contratações e redução de contratos.
“Todos os órgãos da administração direta e indireta do Poder Executivo deverão tomar medidas visando a redução de, no mínimo, 25% dos contratos terceirizados, com exceção dos que não possam sofrer solução de continuidade de serviços públicos essenciais”, diz o artigo quarto do decreto e que afetou a categoria dos vigilantes.
“Tivemos conhecimento desse documento e isso vai afetar 328 trabalhadores de 1.310 que vão ficar desempregados, e estamos aqui para reverter isso. Sabemos que tem uma crise, mas os vigilantes não podem pagar por isso”, argumentou Claudio Gois, um dos representantes do movimento.
Em encontro prévio, os vigilantes teriam sido informados pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) que as reduções vão afetar a cobertura noturna e diurna das escolas.