O Brasil foi alvo de 5,68 ataques a bancos por dia em 2016. É o que revela a última edição da Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos e Carros-fortes, realizada pela CONTRASP – Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada, pela Federação dos Vigilantes do Paraná e pelo SindVigilantes Curitiba.
A Pesquisa revelou o total de 2082 ataques a bancos em 2016, entre assaltos, explosões e arrombamentos. A mesma Pesquisa também contabiliza os sinistros a carros-fortes, que fechou o ano com 65 ataques no país.
Liderando o ranking, está o estado de São Paulo com 305 ataques a bancos, seguido de Minas Gerais, com 295. Os dois estados também lideraram o ranking de 2015, na mesma ordem.
Em 2016, o Paraná subiu de quarta para a terceira posição com 206 ataques, seguido do Rio Grande Sul com 202, Pernambuco com 164, Paraíba com 116 e Bahia com 93. Em último lugar está Roraima, com 3 ataques – mas que obteve o aumento de 200% em relação a 2015.
São Paulo também chefia o cargo de primeiro lugar no ranking de ataques a carros-fortes no Brasil, com 17 ocorrências. Seguido de Pernambuco com 9 ataques (aumento de 50% em relação a 2015), Bahia com 7 e Piauí e Ceará, ambos registrados 5 sinistros.
Aumento da violência
Se comparado aos dados de 2015, observa-se uma sensível redução no número de ataques, entre 2015 e 2016. Entretanto, a forma dos ataques tem se mostrado cada vez mais violentos, o que aumenta o risco de morte ao trabalhador.
A retirada dos caixas eletrônicos nos comércios fez com que migrassem os ataques e aumentasse a violências nas agências bancárias. Bandidos com poder bélico superior a dos vigilantes e da polícia estão aterrorizando profissionais da segurança privada, bancários, policiais, transeuntes e a população em geral – principalmente, daqueles que residem nas proximidades das agências bancárias, devido ao tamanho da explosão dos caixas eletrônicos que chegam a destruir a agência inteira.
“Como os banqueiros não tem coração, tem cofre, nada fizeram para aumentar a segurança de suas agências e muito menos se preocuparam com a vida de seus funcionários e usuários dos sistemas financeiros”, declara João Soares, Presidente da CONTRASP.
Antes nas investidas de arrombamento aos caixas eletrônicos participavam dois indivíduos, utilizando maçarico ou bananas de dinamites em pouca quantidade. Agora quadrilhas fortemente armadas, fecham cidades, explodem os caixas e espalham horror por onde passam, principalmente em cidades pequenas as quais o efetivo policial é baixo.
Vigilantes pedem socorro
A violência tem feito milhares de trabalhadores vítimas dos ataques ao sistema financeiro. As doenças da mente fazem parte do saldo desta violência e muitos perdem a vida ou não conseguem mais retornar as suas atividades. Em 2016 os ataques a banco fizeram 189 vitimas, resultando em 14 mortes. Até quando os vigilantes farão parte desta estatística?
Troca de armamento e a extensão do porte de arma
Sendo uma extensão da segurança pública no país, a segurança privada enfrenta criminosos com armamentos pesados, que realizam assaltos cinematográficos. Enquanto bandidos se munem com armamentos de guerra, desde 1983 não há uma atualização no armamento dos vigilantes. Eles protegem o patrimônio e a vida com uma pistola .38 e calibre 12 quando em carro-forte; motivo de piada aos criminosos.
O risco de morte que os vigilantes enfrentam em sua jornada de trabalho e também fora dela – familiares dos vigilantes estão sendo sequestrados para forçar a ‘colaboração’ nos roubos, levou a criação de Campanhas Nacionais pela troca de armamentos e extensão do porte de arma aos vigilantes. Uma esperança está no PLS 16/2017, que autoriza ao vigilante o uso da pistola calibre .40 e, quando em transporte de valores, o fuzil 5,56mm.
Ataques a bancos 2016: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/bancos2016.pdf
Ataques a carros-fortes 2016: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/carroforte2016.pdf
Fonte: Bom Dia CONTRASP