A falta de segurança e de medidas efetivas para tentar conter os assaltos aos carros-fortes podem levar as lideranças sindicais de todo o país, a paralisarem as atividades dos vigilantes do transporte de valores e desabastecer todo sistema financeiro.
Na tentativa de garantir condições de trabalho e proteger a vida desses trabalhadores os sindicatos não vêm alternativa, depois de três ataques violentos que aconteceram esta semana, com um vigilante morto em São Paulo, quatro reféns no Rio Grande do Sul e mais quatro no Espirito Santo.
O presidente da Confederação dos Vigilantes, Contrasp, João Soares, pede para que medidas sejam tomadas com urgência. “O armamento dos vigilantes é defasado, os bandidos vem para o confronto com ponto 50, AR 15, Fuzil 762, dinamite, até bazuca já foi usada, por isso, precisamos de medidas efetivas das autoridades, não podemos permitir tamanha violência contra os vigilantes, pois à legislação é omissa e as empresas podem transportar a quantidade de numerário que quiserem desde que a seguradora cubra o prejuízo em caso de sinistro. Mortes estão acontecendo é não vamos permitir isso, a nossa luta é pela valorização da vida e condições de trabalho, o que hoje não acontece no transporte de valores.”, enfatiza.
Foi protocolado junto a Polícia Federal e levado a Comissão Especial que discute o Projeto de Lei 4238 do Estatuto da Segurança Privada, vários pedidos para dar condições de trabalho aos vigilantes, entre elas a troca de armamento, mas ainda não existe um posicionamento sobre a questão, o que revolta o movimento sindical, que se depara diariamente com ocorrências das mais variadas formas contra o trabalhador.
Neste ano já foram registrados 42 ataques a carro-forte, São Paulo é o primeiro estado com 15 ocorrências, seguido pela Bahia com 12 e Mato Grosso em terceiro com 3 registros.
A Contrasp já encaminhou requerimento pedindo agilidade no andamento do Projeto de Lei que trata da mudança da legislação atualmente em vigor e espera respostas nos próximos dias.
Pedido dos vigilantes protocolado na Polícia Federal:
- Autorização substituição da espingarda calibre 12 por fuzis (carabinas) fuzil 556 e a substituição do revolver calibre 38, uma arma anêmica, pela pistola ponto 40;
- Disposição dos pontos de defesa e blindagem do carro forte (fintrave);
- Dotar os carros fortes de equipamento de filmagens com transmissão em tempo real para suas bases, e monitoramento do veículo via satélite do início ao fim da operação ;
- Varredura com carros descaracterizados nas estradas e agências;
- Criar grupo de estudos com vistas a incluir na forma
legal atribuição a delesp para investigar e combater o crime na atividade de segurança privada (transporte de valores);
- Criação do serviço de inteligência nas empresas de segurança.
FONTE: PARANÁ ON LINE – texto de Marcela Alberti