Categoria quer a mudança da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que iguala a atividade de vigilantes e agentes de portaria
Manaus – Cerca de 50 vigilantes realizaram, na manhã desta sexta-feira (28), um protesto em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/AM), na zona centro-sul. De acordo com o Sindicatos de Vigilantes de Manaus (Sindevam), a categoria foi pedir a alteração da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que trata vigilante e agente de portaria de forma semelhante.
Na ocasião, os diretores do Sindevam foram recebidos pelo chefe da sessão de relações do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Francisco Chagas, que se comprometeu em levar ao superintendente da SRTE/AM um documento com todas as reivindicações da categoria. “Na verdade, isso é o que podemos fazer em nível regional. Só quem pode mudar de fato o CBO é o Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília. Vou encaminhar este ofício ao superintendente Francisco Rebouças e vamos esperar uma resposta dele”, explicou.
Conforme Angelo André, diretor do Sindevam, a preocupação dos profissionais aumentou após a decisão do governador José Melo, anunciada em julho deste ano, de substituir vigilantes por agentes de portaria para fazer a segurança dos prédios públicos. “Queremos a alteração do CBO porque agentes de portaria não realizam o mesmo trabalho que o nosso. Eles não fazem revista e não têm porte de arma”, disse.
Desde o anúncio de José Melo, a categoria já realizou duas manifestações na cidade. A primeira foi no dia 13 de julho, em frente à sede do Governo do Estado do Amazonas, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. O ato reuniu 400 manifestantes.
Já no dia 14 de agosto, cerca de mil vigilantes se reuniram no Centro da Cidade. Como forma de protesto à decisão de Melo, a categoria retirou vigilantes de pelo menos dez agências bancárias, causando o fechamento das mesmas e prejudicando os clientes. Mesmo os bancos não tendo qualquer relação com o Poder Executivo estadual, o sindicato justificou o ato como uma paralisação de advertência.
Outro diretor do Sindevam, Adolfo Torres, afirmou que o sindicato já estuda realizar uma paralisação geral, caso o governador não volte atrás na decisão. “O presidente do nosso sindicato, Valderli Bernardo, está em Brasília tentando fazer articulações por lá e só estamos esperando ele voltar para decidirmos os próximos passos. Queremos sensibilizar o José Melo e fazê-lo entender que essa decisão vai retirar o emprego de 4 mil vigilantes que dependem deste serviço”, finalizou.