Ação de resgate na Penitenciária de Piraquara, no último domingo, mostrou o poderia bélico do crime
Na madrugada do último domingo, uma fuga espetacular na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP 1) mostrou o poder de fogo de facções criminosas que atuam no Paraná. Um grupo de aproximadamente 15 homens, fortemente armados e com explosivos, abriu um buraco na muralha da penitenciária e ajudou na fuga de 26 presos.
O episódio foi mais uma demonstração de força e organização da maior facção criminosa do Brasil e que há pelo menos 19 anos atua dentro do Paraná — o PCC. Segundo a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), o PCC é quem comanda o tráfico de drogas no Estado atualmente, além de ser responsável por grande parte dos crimes de roubo.
Para atingirem seus objetivos, os bandidos contam com um poderio de fogo alto, com armas de grosso calibre e até mesmo artilharia anti-aérea. No episódio de Piraquara, por exemplo, estavam com fuzis, pistolas e explosivos.
De acordo com João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes), o poderio de fogo dos criminosos é muito superior ao da própria polícia. Segundo ele, enquanto policiais utilizam principalmente pistolas .40 e em algumas viaturas há fuzis 556, os criminosos costumam utilizar três tipos de fuzis — AR 15, 762 e 556, enquanto as pistolas são geralmente 9 mm. Nos ataques a carro forte, contudo, costumam utilizar armamento ainda mais pesada, como metralhadoras Browning M2 .50, capazes de derrubar até avião.
“Não (a polícia não tem condições de enfrentar os bandidos). O armamento que a polícia porta hoje é incompatível com o poder bélico dos meliantes”, afirma Soares.
Camila Cecconello, delegada do Denarc, aponta que ao longo dos últimos anos esses criminosos têm fortalecido ainda mais seu poderio bélico. Na tarde de ontem, um homem de 55 anos e seu filho, de 14, foram presos suspeitos de vender armamento pesado para traficantes de Curitiba. Com eles foram localizadas nove armas, entre revólveres e espingardas, além de aproximadamente 560 munições, que estavam em uma chácara situada em São José dos Pinhais.
“Temos nosso armamentos e tentamos da melhor maneira possível nos preparar para combater o tráfico e ter um preparo muito melhor. Vemos eles (criminosos) se armando cada vez mais, se aperfeiçoando, e temos de fazer isso também para não sair perdendo essa luta”, aponta a delegada.
Fonte: Portal Bem Paraná