Protestos ocorreram nos bairros Brasil Novo e São Lázaro, em Macapá. Após fim da vigilância nas escolas, mais de dez prédios foram furtados.
Professores e alunos das escolas estaduais Maria Cavalcante, Maria Mãe de Deus, Brasil Novo e Ruth Bezerra, localizadas na Zona Norte de Macapá, fizeram protestos nesta terça-feira (16) pedindo mais segurança nas instituições, que foram alvos de recentes furtos e assaltos. Elas estão desde 5 de agosto sem vigilantes, que deixaram os prédios da rede pública estadual após o fim dos contratos.
Na escola Ruth Bezerra, no bairro São Lázaro, os manifestantes chegaram a interditar a Avenida Tancredo Neves, principal via de acesso para o Centro da capital. A diretora adjunta, Wilza Souza, relata que na sexta-feira (12), dois adolescentes invadiram a escola, assaltaram alunos e até espancaram uma professora.
“Eles renderam os alunos na sala e agrediram a professora, que não tinha dinheiro na hora. Estamos a mercê dos assaltantes, que sabem que não há segurança. Por conta disso, reunimos com a comunidade e decidimos que as aulas serão suspensas, até que essa situação se resolva”, enfatizou.
No bairro Brasil Novo, as escolas Maria Cavalcante, Maria Mãe de Deus e Brasil Novo se uniram em um protesto que caminhou pelas ruas do bairro, cobrando o retorno dos vigilantes para as escolas.
“A violência ao redor do bairro está muito grande e as escolas se tornaram os alvos mais fáceis para os assaltantes. Este é um grito de socorro da comunidade escolar porque ninguém nos dá uma resposta sobre isso”, disse a professora Alexmara Maciel.
De acordo com a vice-presidente da associação de moradores do bairro Brasil Novo, Li Silva, a comunidade vai protocolar um documento no Ministério Público, pedindo uma audiência para tratar sobre a violência.
“Brigamos por melhorias no bairro porque hoje nos encontramos em perigo. Pedimos que as autoridades se manifestem. São vidas que estão em jogo. Vamos acionar o Ministério Público para que pelo menos uma audiência pública seja feita para falar sobre este problema”, disse.
Depois que vigilantes deixaram os prédios até sexta-feira (12), mais de 10 escolas tiveram objetos roubados durante a madrugada, uma média de um por dia, segundo a Polícia Militar (PM). Os contratos com as empresas que faziam o serviço não foram renovados por falta de dinheiro por parte do governo e uma dívida de R$ 19 milhões.
Atualmente, a segurança de 136 prédios de Macapá e Santana é feita por 35 viaturas da PM através de rondas. A Secretaria de Estado de Educação (Seed) ressalta que os assaltos nas escolas já eram praticados antes do fim dos contratos e orientou que os diretores de colégios busquem apoio da comunidade para inibir os crimes.
FONTE: G1 AP