O grupo era comandado de dentro do Presídio
Policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), prenderam e identificaram uma quadrilha especializada no assalto a agências em Mato Grosso do Sul. O grupo, que era comandado de dentro do Presídio de Segurança Máxima, filmava a ação e usava os vídeos para ensinar outros a cometer os furtos.
Os delegados Edilson Santos e Fábio Peró comandaram as investigações, e apresentaram a quadrilha na tarde desta terça-feira (23). Ao todo, cinco pessoas foram presas e outras três, que já cumprem pena da Máxima, identificadas como mandantes e financiadores das ações.
Segundo o delegado Peró, o caso passou a ser investigado depois de uma tentativa de furto no banco Santander, localizado na Avenida Eduardo Elias Zahran, no final do mês de julho. Na data, o grupo invadiu a unidade, desativou os alarmes, arrombou o cofre, mas não conseguiu levar o dinheiro.
Coletes à prova de balas, documentos e até um equipamento em que os assaltantes acreditavam armazenar as imagens das câmeras de segurança do banco, foram levadas. Durante as investigações, o setor de inteligência do Garras identificou os suspeitos e policiais passaram a monitorar o grupo.
Na quinta-feira (18), os investigadores viram que um dos suspeitos foi até uma unidade do Banco Itaú na Capital. O homem identificado como Wender Daniel Cubilha Braz, 20 anos, entrou na agência com a desculpa de abrir uma conta, mas na verdade, era o responsável por mapear câmeras e alarmes do local.
“Ele entrou filmando tudo. Isso era uma prática comum deles, encontraram vários vídeos de outros bancos. Eles filmavam desde a análise, até a ação, depois um dos suspeitos editava o vídeo, mandava para o presídio e de lá as imagens eram espalhadas para que outras pessoas apreendessem a como entrarem no banco”, explicou o delegado Peró.
Depois da visita de Wender, policiais da especializada passaram a monitorar a agencia bancaria, e na madrugada de sexta-feira (20) perceberam um Fiat Punto parado a poucos metros do local. Ao entrarem no estacionamento os investigadores encontraram dois suspeitos ‘cortando’ uma parede para entrar no prédio do Itaú.
Três foram presos em flagrante e dois conseguiram fugir. Uma quarta foi presa uma hora depois andando pela rua e acabou levando a polícia até a quinta suspeita. Na residência, localizada na Rua São Bartolomeu na Vila Nasser, estava Luciana Rodrigues Louveira, de 23 anos. Era a mulher a responsável por guardar todos os equipamentos usados pela quadrinha.
Além de Luciana e Wender, foram presos: Leandro Chiapienopo de Souza de 27 anos, Luiz Henrique Santos Velasques de 18 anos e Jonathan Paelo de Farias, de 20 anos. Outros três homens, que foram apontados como financiadores dos crimes, também foram indiciados pelo caso.
Fábio de Jesus Barbosa Júnior, conhecido com ‘Fábio Júnior’, Melrison da Silva, conhecido como ‘Carinha’ e Gilbert Costa Nascimento, o ‘Chico’, são do Mato Grosso e foram presos pelo Garras em julho de 2015, pelo mesmo crime. “Na época eles usavam um ‘super maçarico’ para abrir os cofres, desta vez usaram uma lixadeira para conseguir efetuar os furtos”, lembra o delegado.
“O que chama a atenção é que é um grupo muito organizado, com divisão de tarefas bem estabelecidas”, explica Peró. As ações eram custeadas pelos presos e depois do crime, o dinheiro era dividido em cinco partes, quatro ficavam com os envolvidos diretamente no furto e a quinta parte era enviada para o presídio.
Segundo Peró, os discos usados nas lixadeiras são os mesmo usados para cortar ferro e concreto e por isso tem um alto custo para a quadrilha. Em cada ação, que leva cerca de 1h10, seis discos são usados pelos bandidos. Além dos equipamentos, com os suspeitos foram encontrados vários vídeos em que mostram como eles entraram e arrombavam os cofres.
“Em todas as ações, igualmente como foi no Santander, um suspeito de Mato Grosso era responsável por cortar o cofre. Ele tá foragido, mas já foi identificado e está com o pedido de prisão preventiva decreta”, concluiu Peró.
FONTE: MIDIAMAX