Durante toda a manhã e tarde, o local onde as explosões aconteceram, em frente à Igreja Matriz ficou cercado pelas viaturas policiais. Um equipe do esquadrão anti-bombas do Gate – Grupo de Ações Táticas Especiais – fez uma varredura nas duas agências bancárias.

Os caixas automáticos ficaram destruídos após as explosões. Assim como a porta, o teto e a área de atendimento aos clientes de uma das agências. Os criminosos agiram de madrugada. Nove homens em dois carros colocaram as dinamites nos equipamentos. A secretária Isabel que mora em frente ao banco ouviu o barulho das explosões.

“Foram dois barulhos bem fortes, mais um mais forte que o outro, aí depois ficou um silêncio, só escutei uma conversa, mas como tem um bar que fica aberto até tarde, não notei nada de estranho. Só depois que ouvi um carro saindo bem rápido”, conta.

Na outra agência que fica a 200 metros da primeira, os criminosos chegaram a acender a dinamite, mas ela não detonou. O explosivo ficou no chão e o quarteirão foi isolado pela Polícia Militar, até a chegada dos agentes do Gate.

Os dois bancos foram vasculhados, e depois de 20 minutos, um policial entrou na agência e saiu com o explosivo em uma caixa. O Gate levou a dinamite pra detonar em um local seguro. O perigo foi afastado, mas ficou o medo na população da cidade do interior de São Paulo.

“Isso é uma coisa que dá muito medo, são ruas bem próximas da gente. A gente fica com muito medo”, completa a aposentada Maria Judite.

A ação

De Cabrália Paulista, os criminosos fugiram em dois carros que foram abandonados após eles pegarem um ônibus, fretado pela própria quadrilha, no horto florestal. O veículo foi interceptado pela Polícia Militar Rodoviária na Rodovia Marechal Rondon, próximo da praça de pedágio de Agudos. As placas de Sumaré, o horário e também o fato de todas as cortinas estarem fechadas chamou a atenção dos policiais que estavam em uma viatura e deram sinal de parada, que não foi respeitado.

“Um dos policiais lembrou que indivíduos e tempos passados fizeram um roubo a caixa eletrônico utilizando um ônibus na fuga e desconfiaram que os indivíduos no ônibus poderiam ser os que efetuaram o estouro do caixa eletrônico”, explica o major Ordival Afonso Júnior, da Polícia Rodoviária.

No pedágio de Agudos,  polícia conseguiu cercar o ônibus. Oito criminosos se entregaram na hora e desceram do veículo. Mas quando os policiais foi vistoriar o ônibus, foram surpreendidos por tiros de fuzil. “Eles disseram que não havia mais ninguém no ônibus e no momento que entramos para fazer a vistoria fomos recebidos a tiros”, afirma o sargento Gustavo Acosta Jorge.

O criminoso continuou no ônibus e durante quase quatro horas negociou com a polícia para sair do veículo. Por volta das 8 horas, o trânsito na Rodovia Marechal Rondon sentido capital já passava de 7km. O criminoso primeiro jogou as munições. Depois, os carregadores, colete a prova de bala, uma pistola, uma escopeta calibre 12 e dois fuzis. A tensão só terminou depois que ele se entregou.

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Polícia negociou com um dos criminosos por quase 3 horas (Foto: Reprodução / TV TEM)

Segundo as investigações, os integrantes da quadrilha vieram das cidades de Campinas e Sumaré. O ônibus usado na fuga teria sido alugado pelos criminosos e para não levantar suspeita. Como ainda havia explosivos dentro do ônibus, uma equipe do Gate, grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar veio de São Paulo para avaliar a situação. Quando eles chegaram o trânsito voltou a ser interditado. Com roupas especiais, eles desativaram o explosivo e guardaram em caixas especiais.

Na vistoria feita no ônibus, os policias retiraram seis caixas que armazenam o dinheiro, que foram furtadas dos caixas eletrônicos. De acordo com um dos delegados que estão do caso, até o início da noite não havia sido encontrado dinheiro nenhum e as caixas furtadas pelos criminosos estavam vazias. A informação foi confirmada pela gerência do banco.

Assista aos vídeos: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2016/02/cabralia-paulista-vive-dia-de-tensao-apos-explosao-de-caixas-eletronicos.html

Fonte: G1 BAURU E MARÍLIA – SÃO PAULO – 04/02/16