Quatro seguranças que estavam no interior de um dos dois carros-fortes abordados por uma quadrilha há uma semana prestaram depoimento à Polícia Civil, em Guatapará (SP), nesta terça-feira (17).
As informações ajudarão a nortear as investigações em torno da forma como foi planejada a ação que resultou na explosão de um veículo e na morte de um vigia de 33 anos na Rodovia Antônio Machado Sant’Anna, no dia 9, segundo o delegado Jorge Miguel Koury Neto. Ele não descarta a hipótese de os criminosos terem recebido informações privilegiadas de ex-funcionários demitidos pela empresa responsável pelo transporte.
O pai do segurança Paulo César Silva, que morreu baleado, contou que o filho já reclamava da falta de armas adequadas para o transporte de valores.
A reportagem da EPTV tentou contato com a empresa responsável pelo carro-forte, mas não obteve um posicionamento.
Depoimentos
As quatro pessoas a deporem nesta terça estavam no carro-forte que seguia à frente de outro desde São Carlos (SP) em direção a Ribeirão Preto (SP). Dentre elas, falou à polícia o motorista que, ao notar que era perseguido por criminosos, atravessou o canteiro da rodovia e seguiu pela contramão. Enquanto isso, o outro veículo capotou e teve o cofre explodido.
“Ele [o motorista] foi hábil, porque com a ação conseguiu interceptar um dos veículos e com essa interceptação no canteiro central empreendeu a fuga deliberada na contramão”, afirma o delegado.
Koury Neto diz que os seguranças passaram informações importantes para a apuração. “Apesar de o carro não ter sido roubado, eles foram atingidos por disparos de arma de fogo e passaram valiosas circunstâncias que vão nortear o nosso trabalho.”
O delegado não deu detalhes sobre os depoimentos, alegando que as investigações precisam ser conduzidas de maneira sigilosa, mas que trabalha com diferentes hipóteses e que o inquérito está adiantado.
A prioridade da polícia, segundo ele, é encontrar os autores do ataque e recuperar os valores.
“Não podemos fornecer nenhuma situação porque é um trabalho que exige muita tranquilidade.”
Durante as investigações foi encontrado um carro blindado que teria sido usado pelos criminosos no ataque ao carro-forte, bem como o táxi que foi roubado pelos assaltantes e usado na fuga.
Insegurança
Pai do vigia Paulo César Silva, Paulo Sérgio da Silva disse que antes de morrer o filho já reclamava das condições de segurança no transporte de valores, principalmente em relação ao armamento.
“Ele reclamava sim que deveriam ter mais segurança, para não acontecer o que aconteceu com um amigo dele de trabalho. Armamento deles não existe, enquanto o bandido está com uma .50 ele está com uma calibre 12”, afirma.
Ele acompanha as investigações na esperança de ver a punição dos envolvidos. “Quero que isso não fique impune e que os amigos de trabalho sejam mais amparados também.”
Assista ao vídeo: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/11/vigias-que-escaparam-de-ataque-carro-forte-depoem-em-guatapara.html
Fonte: G1 RIBEIRÃO E FRANCA- SÃO PAULO – 17/11/15