Uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar da Bahia (Bope) foi deslocada até o município de Sento Sé, no Vale São-Franciscano, para efetuar a detonação dos explosivos encontrados em poder de nove integrantes de uma quadrilha de assalto a banco, mortos na zona rural da cidade durante confrontos com equipes da PM na sexta-feira (16) e no sábado (17). Segundo o diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado Jorge Figueiredo, a quadrilha era de Pernambuco e tinha ido a Sento Sé assaltar a agência do Banco do Brasil.
Durante a troca de tiros que ocorreu no sábado, C.S.L., 23 anos, L.F.S., 38, J.C.S., 43, O.O.T., 30, A.M.S.T., 28, L.L.S., 29, A.B.S., 37, e T.F.S., 56, foram baleados e mortos. O nono integrante do grupo, R.A.S., 29, foi morto um dia antes, também em confronto com policiais.
Ainda segundo Figueiredo, o assalto foi frustrado durante a chegada da quadrilha ao município, na madrugada de quarta-feira (14), quando três policiais que faziam rondas pela localidade identificaram os dois veículos utilizados pelo bando — uma pick-up Strada prata e um Siena, com restrições por clonagem e roubo, respectivamente.
“Por volta das 2h30, uma guarnição da Polícia Militar foi surpreendida por um veículo em alta velocidade, que saía de uma estava vicinal, entrando na rodovia. Isso há aproximadamente 1 km da entrada da cidade. Quando a polícia viu o farol e a velocidade do carro entrando na pista, eles perceberam que havia algo estranho. Antes de eles (policiais) descerem e abordarem, (os integrantes) do veículo já começaram a deflagrar tiros contra a viatura. O outro veículo passou logo em seguida”, explicou Figueiredo.
Ao todo, cinco tiros foram efetuados pelos assaltantes contra a guarnição. Um dos disparos atingiu a panturrilha de um PM, que não teve o nome divulgado. Por conta do ferimento, a guarnição não continuou a diligência, mas solicitou reforços. Uma força-tarefa composta por policiais da 96ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Sobradinho), Rondesp Norte, Peto, Cipe Semiárido e Grupamento Áereo (Graer) deu início às buscas pela quadrilha. Cerca de 70 policiais participaram da ação.
Reféns
Na quarta-feira pela manhã, após a troca de tiros com os policiais, os assaltantes interceptaram um ônibus, tomaram as chaves do motorista e atravessaram o veículo na pista. Em seguida, os bandidos fizeram dois moradores do povoado do Junco como reféns. A quadrilha levou os homens para um imóvel na localidade. Eles eram obrigados a conseguir alimentos, água e gasolina para o grupo.
“Eles capturaram primeiro esses dois reféns porque conheciam a localidade. O objetivo era que eles conseguissem comida, água e gasolina para abastecer os carros. Esses dois homens foram liberados pelo grupo ainda na quarta-feira. Um terceiro refém foi capturado e permaneceu até a noite da sexta-feira. Ele seria utilizado pelos bandidos para indicar locais de fuga, já que ele conhecia a região e eles estavam sendo cercados”, explicou o delegado.
Ainda na sexta-feira à noite, o terceiro refém conseguiu fugir do cativeiro e foi até a polícia, onde ajudou a identificar o paradeiro dos bandidos. “Com as informações desse refém e com outras informações de moradores, a localização exata do grupo foi identificada. Quando chegou ao local, a polícia já foi recebida a tiros. Foi aí que os policiais revidaram”, detalhou Figueiredo. Ainda segundo ele, os assaltantes baleados chegaram a ser socorridos pelos policiais, mas não resistiram aos ferimentos. Um décimo integrante do grupo conseguiu fugir durante o cerco policial.
No local, a polícia encontrou cinco fuzis calibres 556 e 762, duas espingardas calibre 12, quatro pistolas .40 e 380, dois revólveres, três coletes, vasta quantidade de munição, além de explosivos. Dois integrantes da quadrilha já eram investigados pela polícia por envolvimento em assaltos a bancos na região de Sobradinho.
Fonte: CORREIO 24 HORAS – BAHIA – 20/10/15