Confederal foi dividida entre vigilância e transportadora para que negócio fosse fechado com multinacional espanhola
A Prosegur, multinacional espanhola e uma das maiores empresas do Brasil na área de segurança privada, quer comprar uma parte da Confederal Vigilância e Transporte de Valores. A companhia brasileira é controlada pela Remmo Participações, que pertence ao atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). A Prosegur confirmou ao Metrópoles que as negociações estão adiantadas. A empresa espanhola aguarda um sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para fechar o negócio.
“A empresa informa que comunicou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um acordo preliminar para uma possível aquisição. A operação exige aprovação prévia do Cade. A companhia explica ainda que outras condições precedentes à sua execução deverão ser cumpridas”, afirmou a multinacional.
Há cerca de três meses, os funcionários da Confederal começaram a perceber mudanças internas na sede da empresa, localizada no Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte (SAAN), em Brasília. Segundo eles, até então, todos os trabalhadores entravam na companhia pelo mesmo portão, independentemente de serem contratados como vigilantes ou prestarem serviço na área de transporte de valores.
Mas, ainda no início de 2018, um portão foi instalado para que as duas áreas de atuação da empresa funcionassem de forma autônoma. “Foi quando começaram os boatos de que a companhia seria negociada. Mas, descobrimos que só a parte de transporte será vendida, a área de vigilância continuará como está”, explicou um trabalhador que não quis se identificar. A reportagem apurou que as duas companhias já teriam chegado a um acordo financeiro. A compra da transportadora de valores pela multinacional passaria dos US$ 150 milhões.
Atualmente, a Confederal mantém contratos com o Governo do Distrito Federal e presta serviços de vigilância para as secretarias de Educação e de Saúde. A empresa também tem contratos com o governo federal. Além do DF – onde fica a matriz da empresa –, há filiais em Goiás, Minas Gerais e Tocantins.
Procurada, a assessoria de imprensa de Eunício Oliveira informou que apenas a Confederal comentaria a possível venda, no entanto, destacou que “o senador está afastado legalmente das decisões gerenciais e administrativas das suas empresas desde 1998, quando foi eleito pela primeira vez deputado federal”. A companhia brasileira não retornou as ligações da reportagem.
Fonte: Portal Metrópoles
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A Confederal deve pelo menos R$8,5 milhões em dívidas previdenciárias, referente a três débitos com a União, segundo levantamento divulgado na reportagem do site da Procuradoria Geral da Fazendo Nacional. Estamos vigilantes com essa negociação, uma vez que atingirá milhares de trabalhadores em todo o Brasil.